segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Estátua do deus Apolo é encontrada na Faixa de Gaza


Perdida durante séculos, uma rara estátua de bronze do deus grego Apolo ressurgiu na Faixa de Gaza. A aparição, entretanto, foi breve: "confiscada" por integrantes do Hamas, ela ficou desaparecida durante meses até ser colocada à venda no site eBay e, em seguida, ser "apreendida" por autoridades palestinas. Segundo o Hamas, não há previsão de quando a estátua voltará a ser visita pelo público, se é que isso pode acontecer.

Segundo um pescador palestino, a estátua de aproximadamente 500 kg teria sido encontrada durante uma de suas saídas para o mar em agosto de 2013. Ele teria carregado a estátua para casa em seu burro, sem ter ideia de seu valor arqueológico.


Familiares que integram uma milícia do grupo Hamas se apossaram da estátua de Apolo, que só voltaria a ser "vista" em leilão no site eBay. O vendedor pedia US$ 500 mil e dizia que o interessado deveria retirar a obra na Faixa de Gaza.

O valor, segundo especialistas, estaria bem abaixo do real.
Quando as autoridades civis do Hamas descobriram o imbróglio, a polícia foi enviada para "confiscar" a estátua e investigar o caso.
Arqueologistas não tiveram acesso à estátua desde que ela foi descoberta. Pelas fotos apresentadas, ela teria sido feita entre os século 1 e 5 –e poderia ter, portanto, mais de 2.000 anos.

Trata-se de um grande achado. "Eu diria que é um achado que não tem preço. É praticamente como perguntar qual é o valor de La Gioconda (a Mona Lisa) no Museu do Louvre", afirmou Jean-Michel de Tarragon, historiador da Escola Arqueológica de Jerusalém, à 'Reuters TV'. Pelo estado da estátua, ele diz ainda que não poderia ter sido encontrada no leito do mar.


O pescador palestino Joudat Ghrab diz que encontrou a estátua em águas rasas a cerca de 100 metros da costa, ao norte da fronteira entre Gaza e Egito. Com a ajuda de familiares, ele arrastou o bronze até sua casa, para desgosto da mãe, que pediu imediatamente que as partes íntimas do deus grego fossem cobertas –sob pena de que uma desgraça poderia recair sobre a casa.

Ghrab, por sua vez, achou que foi um golpe de sorte. Ele cortou um dos dedos e levou até um especialista em metais, achando que ela poderia ser feita de ouro. Um de seus irmãos fez o mesmo e o dedo acabou derretido por um joalheiro.


"Eu sou muito pobre e ainda estou esperando por minha recompensa", afirmou o pescador.
Ahmed al-Bursch, diretor de arqueologia do Ministério do Turismo, disse que viu a estátua e prometeu que o pescador receberá sua recompensa, assim que a investigação criminal seja concluída. Só então, disse, o deus Apolo poderá ser visto em sua glória.
"Instituições internacionais já nos contataram para oferecer ajuda com o processo de restauração", afirmou. Segundo ele, um museu em Genebra e o próprio Louvre já demonstraram interesse em um empréstimo do bronze de Apolo.

Fonte
UOL

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