quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Alucinação à beira-mar

Um medo de morrer meus pés esfriava.
  Noite alta. Ante o telúrico recorte,
    Na diuturna discórdia, a equórea coorte
      Atordoadoramente ribombava!

         Eu, ególatra céptico, cismava
           Em meu destino!... O vento estava forte
             E aquela matemática da Morte
               Com os seus números negros me assombrava!

                Mas a alga usufructuária dos oceanos
              E os malacopterígios subraquianos
           Que um castigo de espécie emudeceu,

      No eterno horror das convulsões marítimas
   Pareciam também corpos de vítimas
Condenadas à Morte, assim como eu!


Fonte
Acervo pessoal do Devorador do Pecado,livro EU de 1972.
Cópia fiel da primeira edição

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